sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

...Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora...

Aviso: Texto de Dinho, um pouco baseado em fatos reais...
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Senti vontade de abraçá-la, estava deitada em nosso quarto e assistia algum programa qualquer na tv. Estava com a porta fechada e eu... eu ia entrar e me jogar em cima dela, demonstrar todo meu afeto, beijar sua face, olhar fundo nos seus olhos, sorrir o seu sorriso, era essa minha intenção.
Mas ao entrar no quarto observei que ela fazia algo que me irritou – mexia, curiosa em documentos que eram meus, ela havia inclusive, manchado um papel “importante” com o café preto que estava tomando. Aquilo me enfureceu, mudou meu humor, repreendi sua atitude e reclamei, estava irritado, a insultei, disse para ela parar de fazer aquilo imediatamente, parar de mexer onde não devia, onde não era chamada. Ao ver o documento manchado pedi para que ela olhasse bem a besteira que tinha feito e a chamei de irresponsável. Saí do quarto irritado e bati a porta.
Ao invés do abraço que ia dar, ficou a repressão. A irritação logo passou, no mesmo instante se foi, e aos poucos pude perceber que eu não estava indo abraçá-la porque queria demonstrar o meu amor, meus sentimentos ou até mesmo o meu romantismo, percebi que ia abraçá-la porque eu mesmo precisava daquele abraço naquele momento.
Aquela sensação de vazio em minha frente, de “desproteção” que estava sentindo, era um abraço que ao encaixar-se ali aliviaria minha angústia e meu vazio, confortaria o meu medo e sanaria meu anseio. Não fiquei assim por causa da discussão, do peso de uma briga, eu já estava assim antes dela, e era somente pelo vazio, pela cura do vazio que eu estava indo atrás do abraço, do confortador calor humano. Era eu que precisava dos beijos e do carinho que ia ofertar, não ela. Minha vontade imediata era a de voltar lá e abraçá-la, assim sem nada dizer... mas não podia, não tinha lógica nessa seqüência de atitudes, e todo mundo, todo mundo precisa seguir uma lógica social, pelo menos foi isso que me ensinaram quando criança. Também não podia eu usá-la daquele modo logo depois de repreendê-la por um papel bobo, eu não podia ser egoísta a ponto de procurá-la fingindo que nada aconteceu apenas porque percebi que era eu que precisava dela e não ela de mim. Malditos papéis e malditas regras da vida, quando alguém faz algo que não te agrada você está programado para repreendê-la, mesmo que sua intenção inicial seja a de protegê-la e amá-la. Eu não podia ter tido outra atitude naquele momento, e meu peito...bom, meu peito continuou vazio sem seu abraço, meu coração desprotegido de seu corpo...Que coisa... e eu só precisava de um abraço.


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Pós Scriptium: Esperamos que gostem do texto, a música da semana ali do lado foi recomendada por Louis no post: Intenção x Ação, é muito boa, e entrou no primeiro lugar da Billboard (é assim que escreve?), parada americana, como a música mais executada de todos os tempos nas rádios, tocou mais ou menos 10.000 vezes em apenas duas semanas (nossa, é tipo: Paulinhaaa, me diz o que é que façuuu, kkkkk) beijos a todos, abraços!!!!
Ah...agradecimento ao Cara Estranho do Blog:
http://euheim-manias.blogspot.com/ , pelo prêmio escritores da liberdade =D!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

certíssimo...na maioria des vezes procuramos dar ao outro algo pq queremos o mesmo,precisamos do mesmo...mas acho q devemos esquecer as regras feitas ñ por nos mas por outros e vivermos com nossas proprias regras(pedir desculpas mesmo depois de segundos de raiva)...

regras são feitas por quem quer prender de alguma forma outra pessoa...ñ vamos deixar q nos prendam...

bjão galera....

Anônimo disse...

"....ME ENSINARAM QUANDO EU ERA CRIANÇA"...disse bem quando vc era criança, mas vc,eu, nós não somos mais crianças. Estamos crescendo a cada dia, e nos formando e informados tb. Então "DESARME-SE, VOLTE ATRAZ, PEÇA DESCULPA/PERDÃO", e diga sem medo "EU QUERO, PRECISO DE UM ABRAÇO, DE UM DENGO, DE UMA MANHA, DE UM BEIJO, DE UM XAMEGO". Pois o máximo que pode acontecer é vc não ganhar nada disso, mas... haverá outra pessoa a quem recorrer. Ok bjks
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Tailany Silva disse...

Hum, texto legal! Realmente as regras sociais nos trazem uma realidade meio idealizada caso elas nunca sejam mudadas!
^^

{DES}CONTROLE EMOCIONAL

{DES}CONTROLE-SE!